sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Leishmaniose em gatos

O Blog responde!

1) A Leishmaniose Visceral acomete os gatos?

As modificações ambientais ocorridas nos últimos tempos têm implicações direta na biologia, tanto dos vetores como dos parasitos zoonóticos, nos quais as Leishmanioses estão envolvidas.

Sendo assim, a Leishmaniose, primariamente conhecida como enzootia de animais silvestres passou a apresentar características de transmissão peridoméstica e doméstica. Diante disso, os animais domésticos no Continente Americano também têm sido encontrados naturalmente parasitados por Leishmania dermotrópica. Dentre eles podemos destacar os eqüídeos e os canídeos. De forma muito esporádica, foi detectado o parasita em galinhas e lagartos.

Em relação aos eqüídeos, MAZZA (1927), na Argentina, foi o primeiro a relatar o encontro de amastigotas em úlcera na região periocular de um cavalo (Equus caballus). Posteriormente, PONS & LONDRES, em 1968, verificaram a freqüência de infecção pelo parasito em asnos (Equus asinus) da Venezuela, o que foi confirmado, posteriormente, por outros pesquisadores. Especificamente no Brasil, jumentos infectados com Leishmania sp foram relatados por ALENCAR (1959) no Ceará e, VEXENAT et al. (1986) na Bahia. Posteriormente, novos casos de eqüídeos portando Leishmania foram descritos na literatura ocorrendo em diferentes localidades do Brasil.

BASANO & CAMARGO (2004) afirmaram que além de cães, cavalos e jumentos , os gatos seriam também possíveis hospedeiros de Leishmania e também implicados na transmissão peridoméstica.

Diferentemente do que se acredita, desde o século passado, casos clínicos de Leishmaniose Felina (LF) vêm sendo diagnosticados em várias regiões do mundo. Além disso, os inquéritos epidemiológicos realizados com felinos, quer sejam pela busca do próprio protozoário, quer pela detecção de anticorpos anti-Leishmania sp, têm demonstrado taxas consideráveis de infecção desta espécie animal pelo protozoário.

A literatura relata três casos de Leishmainiose Felina diagnosticados na Ásia, dois na África e 11 em países da Europa. Até o momento, a Suíça e Portugal com um caso cada, Espanha e França com três cada e, Itália, detentora de cinco do total de casos europeus.

Nos últimos anos, a leishmaniose felina vem despertando o interesse de clínicos veterinários, profissionais de saúde pública e de pesquisadores de vários países. Apesar do aumento do número de casos descritos na literatura, pouco se sabe sobre vários aspectos da doença. Recentemente, a susceptibilidade dos gatos domésticos à infecção por Leishmania (Viannia) braziliensis foi demonstrada experimentalmente. Entretanto, o verdadeiro papel desses animais na epidemiologia das leishmanioses ainda não foi completamente esclarecido.

Na prática médica veterinária é observado que os gatos demonstram uma grande facilidade em conviver com patologias por longos períodos, sem necessariamente exibir sinais e/ou sintomas, sendo a mesma condição não verificada em cães, como ocorrido com a Leishmaniose.

É fato que, fatores tais como: estado de saúde/higiene/nutrição dos animais, virulência do parasita e capacidade vetorial das espécies e raças de flebótomos, exercem uma importante influência sobre a intensidade de transmissão num dado foco endêmico. E como sempre afirmamos, muitos trabalhos ainda são bem-vindos para compreender melhor a doença em todos os seus aspectos.

Quer saber mais?

Clique aqui (pdf) - Feline leishmaniasis due to Leishmania (Leishmania) amazonensis in Mato Grosso do Sul State, Brazil (Souza, Alda Izabel de; Barros, Evânia Marcia Silva; Ishikawa, Edna; Ilha, Iêda Maria Novaes; Marin, Glaucia Rosely Barbosa; Nunes, Vânia Lúcia Brandão)

Clique aqui (pdf) - GATOS DOMÉSTICOS COMO RESERVATÓRIOS DE Leishmania braziliensis (L. Simões-Mattos; F.M.O. Silva; C.M.L. Bevilaqua; M.R.F. Mattos; I.T.F. Macedo; P.T. Souza; C.L.B. Monteiro; R.N. de Sousa; I.C.B. Coêlho; M.M.L. Pompeu; J.W. Oliveira-Lima)

Clique aqui (pdf) – Suplemento Unesp

Clique aqui (pdf) - LEISHMANIOSE FELINA (Sílvia Cristina Hernandes de Paula Menosse)

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